segunda-feira, 8 de abril de 2013

Itaipu incentiva projeto que busca enriquecer silício para fabricação de painéis solares

Projeto de 1 bilhão de euros entra em fase de estruturação de viabilidade econômica

Até dezembro, a Itaipu Binacional pretende finalizar um estudo de viabilidade econômica que objetiva estruturar a implantação de unidade fabril no Brasil capaz de enriquecer silício para fabricação de painéis fotovoltaicos.

Segundo o diretor de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley, o projeto é resultado de um estudo prévio feito pelo Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), em parceria com a empresa alemã Centrotherm. Em discussão há 3 anos, o projeto entra em fase de estudos de viabilidade econômica. O investimento estimado é de 1 bilhão de euros.

A ideia é que a planta seja instalada entre as cidades de Foz do Iguaçu (PR), no Brasil, e Hernandárias, no Paraguai. A fabrica será projetada para produzir, inicialmente, 636MWh/pico em potência de painéis. Para tanto, seriam consumidas 6 mil toneladas de quartzo, matéria prima utilizada na fabricação de silício.

A possibilidade de enriquecer silício em grau solar abrirá caminho para que os painéis fotovoltaicos sejam produzidos no país, o que reduziria o custo do MWh solar. De acordo com Bley, o Brasil é o maior produtor de quartzo do mundo, cerca de 230 mil toneladas ano, o que dá garante uma certa competitividade em se tratando de matéria prima.

Atualmente, o quartzo é exportado para ser enriquecida em outros países. Nesse processo, cada quilo de quartzo volta ao Brasil valorizado mil vezes, segundo Bley. Isso faz com que os custos da energia solar fiquem altos, inviabilizando o desenvolvimento da fonte por aqui.

Assim que o estudo de viabilidade econômica do projeto estiver concluído, a Itaipu Binacional convocará os investidores para captar os recursos necessários para a construção da fábrica em Foz do Iguaçu. "Com isso colocaríamos a energia solar brasileira na mesa de negociações do mundo", afirmou Bley.

O objetivo final é que, a partir da fábrica de silício, se desenvolva toda a cadeia industrial solar, desde produção de vidro e alumínio, até transformadores e inversores solares.

No futuro, os painéis a serem produzidos no Brasil terão como destino, além do atendimento local, a comercialização para mercados da América do Sul.

De acordo com Bley, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), bem como o Governo do Estado do Paraná entraram como sócia no projeto. A futura fábrica contará com a energia elétrica de Itaipu no processo industrial.


Por Wagner Freire, de Foz do Iguaçu (PR)


FONTE: www.jornaldaenergia.com.br

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