Solução eficaz para reciclagem de lixo orgânico, a compostagem doméstica é uma prática de múltiplos benefícios. Primeiro, pelo impacto positivo ao meio ambiente, ao reduzir em até 75% o volume de resíduos orgânicos depositado nos aterros sanitários. Segundo, porque possibilita a fabricação de fertilizantes nutritivos para uso em hortas, vasos e jardins a custo zero.
Praticamente todo o resto de alimentos pode ser transformado em composto. Cascas de frutas, legumes e ovos, borra de café, saquinhos de chá, podas de jardinagem, guardanapos de papel e palitos de fósforo são alguns exemplos, revela Gabriel Morales, Gerente do Projeto Compoteira para Todos do Morada da Floresta, residência ecológica em São Paulo.
A qualidade do produto final vai depender do tipo de resíduo depositado na composteira. Em geral, quanto maior a diversidade dos materiais depositados, melhor será a qualidade do produto gerado. “O resíduo ideal é aquele de origem vegetal e ainda cru. Carnes, gorduras, fezes de animais domésticos e alimentos já cozidos ou fritos devem ser evitados”, recomenda João Paulo Duarte Diniz, membro Rede Permanece - entidade de difusão e prática da Permacultura (sistema de planejamento para a criação de ambientes humanos sustentáveis) no Ceará.
Como fazer? Diferente do que muitos imaginam, criar uma mini estação de tratamento de lixo dentro de casa é muito simples. O primeiro passo é implantar uma composteira, recipiente no qual serão armazenadas as sobras orgânicas. Ela pode ser produzida a partir de caixotes de madeira ou de tonéis plásticos. A composteira também pode ser adquirida com minhocários.
O recomendável é instalá-la no quintal, em local de fácil acesso e de acordo com a área disponível e a quantidade de resíduos que se quer aproveitar.
Com a composteira a postos, basta depositar o material orgânico, previamente separado. A mistura deverá ser coberta com folhas, serragem e esterco seco misturado com terra e, finalmente, ser molhada. Esse é um cuidado importante, pois o processo de decomposição depende de arejamento e umidade. Também por isso, nos meses seguintes, o monte deverá ser revirado e regado.
O composto estará pronto para ser usado quando estiver homogêneo, com aparência e cheiro de terra. O rendimento aproximado para cada quilo de matéria orgânica depositada é de 300 a 500 gramas de composto, em média.
Uma preocupação constante de quem é inicia a prática da compostagem é com a emissão de odores desagradáveis, o que acontece quando o processo não foi bem conduzido. Para evitar esse inconveniente é necessário redobrar atenção para com a seleção dos materiais a serem compostados.
Outra dica é sempre cobrir todo o resíduo fresco com algum material seco. “Pode ser serragem grossa, facilmente encontrada em serralherias, folhas secas, palha seca, podas de jardim trituradas e secas e até papel jornal picado”, diz Morales. Segundo ele, seguindo esse procedimento, a compostagem não emitirá nenhum cheiro desagradável. A escolha do modelo da composteira também é fundamental. “Ela deve permitir que o composto seja facilmente aerado e ser, ao mesmo tempo, bem fechada”, explica João Paulo Diniz.
O cuidado com a seleção dos resíduos e a inserção de resíduos secos na camada superior também é importante para não atrair ratos e insetos. Restos de comida até são bem vindos na composteira, mas carnes, gorduras e ossos, jamais. A presença desse tipo de resíduo pode atrair ratos e pragas do gênero.
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